quinta-feira, 1 de novembro de 2007

CÉSAR LEAL O NOVO IMORTAL DA APL

A casa de Carneiro Vilela Patrono da Academia Pernambucana de Letras fundada em 26 de janeiro de 1901 no Recife, recebeu nesta terça feira 30 de outubro de 2007, o júbilo e honra de acolher seu mais novo acadêmico e Imortal na cadeira 23 dos patronos Evaldo Coutinho e Gilberto Freire, o Poeta Francisco César Leal, no evento que contou com a direção do seu presidente o também Acadêmico da Cadeira nº 15 Valdênio Porto, teve as presenças de ilustres como, o Maestro Francisco Brannand, os também Acadêmicos Débora Brennand Cadeira nº 37, Antônio Correia Cadeira nº 17 e Vice Presidente da APL Nelson Saldanha Cadeira nº 12 e membro do Conselho Estadual de Educação e Marcus Accioly Cadeira nº 19, que fez a saudação ao laureado, o poeta Cyl Galindo, os escritores e Presidente e Vice da UBE União de Escritores do Brasil seção Pernambuco Vital Correia e Alexandre Santos, a fundadora do TAP Teatro de Amadores de Pernambuco e Primeira dama do Teatro Pernambucano Geninha Rosa Borges, do Acadêmico da Academia de Ciências e Artes do Nordeste e Presidente do Instituto Maximiniano Campos o Advogado e Escritor Antônio Campos, e do Vice Prefeito e Prefeito em exercício da cidade do Recife Luciano Siqueira entre outros.

Patrono da geração de 65, este iluminado Cearense Francisco César Leal que nasceu em 20 de março de 1924, em Saboeiro, Ceará, formou-se pela Faculdade de Filosofia da Universidade Católica de Pernambuco, Bacharel em Jornalismo, também foi professor de Literatura. Poeta, crítico de poesia e professor Emérito da Universidade Federal do Ceará, fundou o Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Letras e Lingüística, da mesma instituição onde ensinou Teoria da Poesia. Nos últimos 50 anos, César Leal tem prestado relevantes serviços à cultura do Brasil, fazendo de Pernambuco o centro de suas atividades intelectuais.

Dentre os reconhecimentos e prêmios adquiridos o Prêmio Machado de Assis, que não tem concorrentes, e é concedido através de uma Comissão que representa a unanimidade da Academia. Entre os acadêmicos julgadores Tarcísio Padilha, Alfredo Bosi, Eduardo Portella (presidente do júri), Carlos Nejar e Sérgio Paulo Rouanet, escritor e diplomata. Trabalhou no Diário de Pernambuco até aposentar-se tendoquase toda sua obra publicada no mesmo, exerceu cargo de editor do Diário de Pernambuco, mantendo até hoje uma coluna no caderno Viver.

Foi o primeiro poeta da língua portuguesa a gravar ao vivo poemas para a Biblioteca de Poesia da Universidade de Harvard. No Conselho Federal de Cultura, redigiu o parecer que resultou na criação pelos governos de Portugal e do Brasil do Prêmio Luís de Camões. Em 2000, integrou, com Silviano Santiago e Mário Chamie, o júri do Prêmio Luís de Camões, quando foi laureado o romancista Autran Dourado. Foi membro titular dos Conselhos Federal de Cultura (1987-1990) e do Conselho de Liberdade de Expressão e Criação do Ministério da Justiça (1988-1990). Por seu estudo sobre Dante, foi condecorado por Decreto do Conselho de Ministros da Itália, sancionado pelo presidente Sandro Pertini, "Cavaliere" da Ordem do Mérito da República Italiana, em 1982. Em 2000, a Ubeny de Nova Iorque, cujo Presidente de Honra é o Professor Gregory Rabassa, conferiu-lhe a Medalha Machado de Assis, por seu livro Tempo e Vida na Terra, "obra altamente representativa da melhor poesia escrita em língua portuguesa no século XX".

Editor da revista Estudos Universitários, da Universidade Federal de Pernambuco e membro da Poetry Society de Londres, fez parte, durante vários anos, do Conselho da Revista Poesia Sempre, da Fundação Biblioteca Nacional, participando também do Conselho da revista Continente Multicultural, editada pela Companhia Editora de Pernambuco - CEPE. Editou a revista Arrecifes, do Conselho Municipal de Cultura do Recife, dedicada ao centenário de Gilberto Freyre. Por indicação da Unesco e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, escreveu o capítulo 46, do volume 2, da História das Culturas Literárias da América Latina, no qual o Recife é apresentado como um dos 19 centros culturais descritos nessa obra considerada monumental. Esse trabalho, patrocinado pelo Conselho de Ciências Sociais e Humanidades do Canadá, sob a coordenação geral de Mario J. Valdés, Linda Hutcheon, da Universidade de Toronto, e Djelal Kadir, da Universidade de Pensilvânia, foi lançado em fins de 2004.

Em 2005, publica o livro de crítica Dimensões Temporais na poesia e Outros ensaios, em 2 volumes, pela Imago Editora, do Rio de Janeiro, com vinte e um livros publicados seus principais títulos são:

Invenções da Noite Menor Jornal do Verão A Quinta Estação Tambor Cósmico Os Heróis, Alturas O Triunfo das Águas Ursa Maior Romance do Pantajú.

ENTREVISTA PARA BLOG ARMANDO FUENTE COM CÉSAR LEAL NOVO IMORTAL DA ACADEMIA DE LETRAS DE PERNAMBUCO EMPOSSADO NA CADEIRA NÚMERO 23 DOS PATRONOS EVALDO COUTINHO E GILBERTO FREIRE

BAF&ML: Como o senhor se sente nesta momento de reconhecimento e Lauro da APL como novo Acadêmico e Imortal de Pernambuco?

CÉSAR LEAL: Me sinto muito bem, por que a Academia Pernambucana de Letras é a terceira fundada no Brasil após a do Ceará e Brasileira, são 107 anos de existência desta a de Pernambuco e eu parece que estou batendo aqui um recorde sendo o primeiro o único não pernambucano que rompe a dinastia dos Imortais filhos próprios do estado Pernambuco até Evaldo Coutinho, passando antes por Câmara, Neto Campelo, Gilberto Osório, Gilberto Freire, todos Pernambucanos e eu sou Cearense e estou ocupando pela primeira vez esta cadeira a de número 23.

BAF&ML: Nos falávamos com o Valdênio Porto Acadêmico da cadeira número 15 e Presidente desta casa e o Marcus Accioly também Acadêmico e Imortal da APL e eles comentavam sobre a geração de 65 da qual o Sr foi o patrono o que dizer dela?

CÉSAR LEAL: Bom embora muita gente diga e crie uma confusão de que tinha sido beltrano ou fulano essas informações não são corretas, fui eu mesmo que criei a geração de 1965, que foi resultado de um projeto de 1964 com o editor do Diário de Pernambuco e estudantes de destaque da Universidade Católica de Pernambuco que eu consegui formar um grupo de jovens no movimento e que sem eles tal vez eu como pessoa pobre não tivesse a oportunidade de ingressar com força da maneira que ingresse no âmbito das letras você sabe que a literatura geralmente é associada a elite social porém a antiga geração de 45 que era a que dominava todos os grupos que participaram da redemocratização em 1945 continuavam atuando, porém com pouca força sem poder, então foi a ocasião de criar um novo movimento, naturalmente que eu esperava que a geração tivesse sido mais revolucionária e eu mesmo se tivesse seguido a minha poesia teria realizado uma revolução maior por que na minha poesia eu tenho essa intenção e tenho feito assim colocando-me sempre a frente sem nenhuma preocupação de qualquer ordem.

BAF&ML: Como o Sr. observa toda essa reverberação literária de Pernambuco temos o Fliporto, o Festival Literário de Recife, a Bienal do Livro entre outros de destaque qual e a palavra do novo Acadêmico sobre isso?

CÉSAR LEAL: Em Pernambuco, bom podemos dizer que genealogia e gênio da literária do Brasil esta aqui, nasceu aqui neste estado e essa tradição é muito forte, a tradição da própria poesia Brasileira se reflete nesta Academia com a presença de Joaquim Cardoso, que é um poeta extraordinário, o Mauro Motta que foi um grande poeta daqui e da Brasileira, o Artur Orlando poeta desta academia e Brasileira, o João Cabral de Melo Neto também desta academia e tantos outros que agora me fogem da palavra, e claro o próprio Gilberto Freire.

ENTREVISTA PARA BLOG ARMANDO FUENTE COM OS ILUSTRES ALEXANDRE SANTOS, MARCUS ACCIOLY, VALDÊNIO PORTO, FRANCISCO BRENNAND, CYL GALINDO E BEBORA BRENNAND, NA POSSE DO NOVO IMORTAL DA ACADEMIA DE LETRAS DE PERNAMBUCO EMPOSSADO NA CADEIRA NÚMERO 23 DOS PATRONOS EVALDO COUTINHO E GILBERTO FREIRE O POETA CÉSAR LEAL.

BAF&ML: Alexandre o que podemos dizer sobre a vinda de César Leal para APL?

ALEXANDRE SANTOS: A vinda deste homem de arte, poesia e humanidade para a APL apenas confirma a força da cultura pernambucana é um grande nome que recebemos ocupando a cadeira 23 num seleto conjunto de escritores, literatos, poetas e humanistas demonstrando que Pernambuco tem um celeiro de escritores que assusta aqueles que não percebem que literatura Brasileira nasceu aqui e seguramente esta nomeação será o inicio de uma grande jornada de muita criação e aprendizado para todos nós.

BAF&ML: O SR. hoje foi o saudante no ingresso oficial do nosso César Leal para esta casa o que dizer no sentido qual e o sentimento?

MARCUS ACCIOLY: um sentimento de que ele entra tardiamente por isso o César Leal não ganhou a Academia fio a Academia que ganho realmente César Leal, já devia estar aqui a muito tempo ele entra com 83 anos de idade, porém com muita força, garra e vontade para participar de nosso convívio, por isso este momento é muito importante para nossa casa para Academia Pernambucana de Letras sendo um marco divisor a sua presença nesta instituição que vem secundada pelas presenças de Débora Brennand e Jose Paulo Cavalcante Filho.

BAF&ML: Como é receber César Leal como novo Acadêmico nesta instituição sendo o Sr Presidente?

VALDÊNIO PORTO: César Leal é uma das figuras mais representativas da poética, intelectualidade e da critica literária deste país, de modo que a entrada dele nesta Academia APL além de reconhecimento e justiça engrandesse o cabedal cultural o valor da Academia Pernambucana de letras, eu particular penso que nossa instituição só tem a ganhar com esta honra de ter em seu conteúdo tão insigne ser humano.

BAF&ML: Maestro Brennand o que dizer desta relação César Leal e Academia Pernambucana de Letras?

FRANCISCO BRENNAND: Dizer o que nosso Marcus Accioly no seu discurso inaugural de boas vindas disse ao César Leal que é um dos grandes expoentes da poesia Brasileira e esta hoje por justiça na Academia, já deveria estar a muito tempo, mas chegou na hora e muito bem uma pessoa que merece o título de imortal.

BAF&ML: O Sr. Como poeta e lutador do movimento de reverberação da poesia pernambucana atual qual é sua opinião acerca da entra de César Leal na APL?

CYL GALINDO: A Academia Pernambucana de Letras esta dobrada ele dobrou em tudo além de César Leal ser uma figura de excelência humana ele é um formador de intelectuais, formador de poetas, sendo a maior expressão do conhecimento poético do Brasil, a Academia ao acolhê-lo só cresceu.

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